domingo, 2 de dezembro de 2012

Capítulo 15 - Just(in) Love (Love, Sex and Magic)


Justin: e-eu ganhei a bolsa?
Olheiro: então rapaz, sinto muito em informar que não foi dessa vez...
Fiquei um minuto em silencio, parecia que o mundo tinha parado, que minha respiração tinha parado.
Olheiro: garoto? Ainda esta na linha?
Justin: hã, estou aqui.
Olheiro: outras oportunidades virão, você é novo e tem talento no basquete! Vou apenas te explicar o que houve no seu teste.
E ele me explicou, explicou que minha falta de atenção no jogo prejudicou tudo, apesar do time ter ganhado o que tinha aconteceu foi imperdoável. Aquelas palavras acabaram com o meu dia.
Quando ele terminou de falar, eu agradeci a oportunidade e desliguei o telefone.
Olhei pra minha mãe, ela estava imóvel com as mãos tampando a boca.
Justin: não consegui...
Foi tudo o que consegui dizer, minha visão ficou embasada, malditas lagrimas! Senti a primeira lagrima descer por meu rosto, e meu sangue ferveu. Eu devia ter dado o meu melhor no jogo, mas não consegui! Eu sempre faço tudo errado!
Apertei o telefone que continuava na minha mão, juntei toda minha força e arremessei ele na parede, o mesmo se desfez em mil pedaços com o impacto. Aquilo fez minha mãe dar um pulo de susto. Me ajoelhei no chão e tampei meu rosto com as mãos. Minha mãe foi até mim, me ajudou a levantar e nós nos sentamos no sofá.
Deitei a cabeça no colo da minha mãe e chorei, era a única coisa que eu podia fazer agora. Ela acariciava meus cabelos com uma das mãos e com a outra segurava forte minha mão. Ela sussurrava que tudo ia ficar bem, e que eu teria outras oportunidades na vida.
Fui me acalmando aos poucos, ela tinha conseguido mesmo me confortar. Ficamos quase uma hora daquele jeito, eu contei o que o olheiro havia me dito e ela continuava afagando meus cabelos. Depois ficamos em um silencio profundo.
Justin: vou subir pro meu quarto –me levantei de seu colo-
Pattie: quer ficar um pouco sozinho?
Assenti. Ela se levantou, deu um beijo na minha testa e passou a mão nas minhas costas, me dando a deixa de sair de lá.
Passei do lado onde o telefone estava jogado.
Justin: m-me desculpa pelo telefone mãe, eu vou comprar outro amanha, eu juro! -passei a mão na nuca-
Pattie: esquece isso filho, ta tudo bem –piscou-
Subi as escadas lentamente e quando cheguei no meu quarto, fechei a porta tranquilamente, sentei na minha cama e peguei o travesseiro. Soquei aquele travesseiro, pra extravasar minha raiva, precisava daquilo. Depois de uns minutos socando ele, estava ficando cansado, então me deitei na cama e chorei tudo de novo. Estava me sentindo ruim, a chance da minha vida tinha sido perdida. Depois daquelas lagrimas que continuavam caindo, me levantei, fui até o banheiro e liguei o chuveiro, entrei de roupa mesmo. Tinha que esfriar a cabeça. Depois de alguns minutos respirando fundo embaixo do chuveiro frio, comecei a tirar minha roupa, depois tomei um banho calmo.
Sai do chuveiro e coloquei uma calça de moletom e fiquei sem camiseta mesmo, não sequei o cabelo, só deitei na cama e fiquei encarando o teto.
[...]
Aposto que faziam umas 4 horas que eu estava lá, minha mãe já tinha tentado me trazer alguma coisa pra comer, mas eu não tinha fome, não tinha vontade nem mesmo de respirar.
Eu não me mexia, só ficava encarando o nada, sabe quando você esta prestes a morrer e um flash-back da sua vida inteira invade a sua cabeça? O que aconteceu comigo foi quase isso, foi uma seqüência de imagens dos treinos, e do jogo. Eu tinha desperdiçado a minha chance.
Liguei o computador e em todas as redes sociais só se falava disso. Tinha gente comemorando, e gente se praguejando. Não queria ver a felicidade dos outros, estava me deprimindo muito mais. Me sentei na cama, coloquei as mãos sobre o rosto e coloquei os cotovelos nos joelhos, assim apoiando minha cabeça sobre as mãos. Chorei de novo. Estava com vergonha de mim mesmo por chorar tanto assim, mas infelizmente era inevitável. De vez em quando eu soltava uns berros, e fazia isso pra não socar a parede até a minha mão cair.
[...]
Quase 23 horas, e eu não tinha saído do quarto o dia inteiro. Eu mantive as cortinas fechadas, e só um abajur ligado. Parecia cena de filme de terror. Eu parecia um zumbi com a cara toda amassada de tanto chorar. Me levantei e fui ao banheiro mais uma vez. Lavei meu rosto, parecia que tinham me espancado, e minha expressão não era uma das melhores. Voltei pra cama e respirei fundo.
Ouvi leves batidas na minha porta.
Justin: vai embora... –disse baixo-
Ouvi mais batidas.
Justin: me deixa sozinho, por favor! –supliquei-
Mais batidas.
Justin: SAI DAQUI CARALHO. –gritei-
Afundei minha cabeça no travesseiro e ouvi a maçaneta sendo girada. Droga devia ter trancado a porta! Fiquei imóvel, enquanto ouvia a porta sendo fechada.
Justin: quero ficar sozinho.
Silencio.
Ouvi um sussurro, um voz fraca, dizendo ‘‘Justin...’’, olhei no mesmo segundo pra porta e vi Savannah parada lá, com os olhos lacrimejados. Ela suspirou alto e continuava sem se mexer. Por um segundo achei que fosse uma ilusão.
Savannah: sinto muito Justin...
Sua voz falhava, ela encarou o chão e mexeu no cabelo. Me levantei correndo, fui até ela e a abracei, a abracei forte.
Justin: eu não consegui Savannah, eu sou um fracasso!
Ela passou os braços pelo meu pescoço e me abraçou forte também.
Savannah: não, você não é um fracasso! Não repita isso!
Justin: se eu não fosse um fracasso, eu teria conseguido a bolsa.
Savannah: não é porque você não conseguiu que você não é bom o suficiente pra isso. Nem sempre as coisas são como queremos Justin...
Deitei minha cabeça em seu ombro e ela acariciou minha nuca.
Savannah: se você não conseguiu dessa vez é porque alguma coisa muito melhor esta te esperando no futuro.
Me afastei dela, e ela passou a mão no meu rosto, me fazendo sorrir desajustado. Ouvi meu celular tocar. Olhei em volta procurando por ele, quando achei vi que era Chaz. Não sei porque atendi, mas atendi.
Justin: alô?
Chaz: JUSTIN? CARA, EU PASSEI, EU ACHEI QUE NÃO FOSSE MAS PASSEI, ACABEI DE RECEBER A LIGAÇÃO DO OLHEIRO, TO NA FACULDADE! VAMOS PRA FACULDADE JUNTOS! –gritou-
Aquela vontade de socar a parede voltou, tirei o celular da orelha e estava preparando pra tacar ele na parede quando Savannah pegou ele da minha mão.
Me joguei na cama e fiquei ouvindo ela conversar com Chaz.
Savannah: Chaz?! Ele não quer falar agora –pausa- é –pausa- talvez outra hora –pausa- ta bom eu aviso ele –pausa- tchau.
Ela desligou o celular e se sentou do meu lado.
Estávamos nos encarando.
Justin: o que ele disse?
Savannah: ele pediu desculpas por ter falado daquele jeito, e que mais tarde te ligava.
Não respondi, só voltei a deitar minha cabeça no travesseiro.
Savannah chegou mais perto de mim, colocou a mão no meu tórax e abaixou a cabeça.
Savannah: foi tudo minha culpa Justin...
Justin: o que?
Savannah: você perdeu a chance por minha culpa
Justin: do que você ta falando? Você não tem culpa
Savannah: tenho muita culpa, se eu não tivesse te chamado, se eu não tivesse gritado seu nome, você não teria olhado e...
Justin: hey! EU olhei, a culpa foi minha!
Savannah: mas você olhou por que eu chamei!
Justin: como você sabe que foi por isso que eu não consegui a vaga?
Savannah: sua mãe me contou... ela que me chamou aqui, eu não tinha idéia que isso tinha acontecido, ela disse que ficou muito preocupada porque você não comeu nada o dia inteiro, só fico no quarto...
Dei de ombros.
Savannah: a culpa é minha Justin, eu sei que a culpa é minha!
Justin: não é não...
Savannah: é sim...
Eu vi seus olhos ficarem mais lacrimejados, ela estava prestes a chorar.
Justin: não é sua culpa.
Savannah: por favor me perdoa, eu vou concertar isso, eu juro que vou.
Justin: Savannah! Não é sua culpa!
Savannah: shiu... é sim –sussurrou-
Ficamos em silencio. Ela aproximou nossos rostos e eu só observava, não me mexia.
Savannah: me desculpa –beijou meu pescoço- me desculpa –beijou meu queixo- me desculpa –beijou minha testa- me desculpa –beijou minha bochecha- me desculpa – beijou o canto da minha boca- me desculpa...
Ficamos nos olhando, e seus olhos azuis brilhavam, olhei para sua boca e engoli em seco, ela parecia tão convidativa agora. Olhei em seus olhos novamente e ela parecia estar mais perto de mim. Suas mãos seguravam o meu rosto e de repente ela me beijou. Primeiro foi só um selinho, mas eu pedi passagem pra língua e ela concedeu na hora. Nosso beijo estava calmo, muito diferente dos outros. Estávamos quase que aproveitando o momento sabe?
Me levantei um pouco ainda beijando ela, e segurei em sua cintura, a girando e colocando-a em baixo de mim. Ela segurava em minha nuca e eu em sua coxa.
Quando o ar faltou, paramos o beijo. Logo começando outro.
Depois do segundo beijo nós nos sentamos e ficamos meio sem jeito de olhar um para o outro. Mas eu tinha certeza do que tinha acontecido... eu estou triste, me sinto vulnerável, então por isso o beijo esquisito rolou. Foi só isso.... eu espero.
Ficamos conversando até eu sentir minha barriga roncar.
Savannah: você precisa comer alguma coisa...
Justin: não quero descer ainda, não quero comer.
Savannah: mas você precisa! Vem!
Ela me puxou pela mão e descemos com ela segurando em meu pulso. Quando chegamos no pé da escada, notamos a minha mãe assistido tv na sala.
Pattie: ah! Você conseguiu tirar ele do quarto Savannah!
Justin: você não teve que ir trabalhar hoje?
Pattie: eu tinha, mas preferi ficar e ver como você estava filho...
Ela se aproximou de nós, e Savannah soltou meu pulso.
Pattie: como você ta meu bebe? –passou a mão no meu rosto-
Ouvi Savannah rindo baixo atrás de nós e senti minhas bochechas queimarem de vergonha.
Justin: ér, to melhor –sorri de lado-
Puxei Savannah até a cozinha e me sentei na bancada.
Savannah: o que você quer comer?
Justin: qualquer coisa –dei de ombros-
Savannah: hum, acho que voces não tem ‘‘qualquer coisa’’ –risos-
Justin: -risos- engraçadinha.
Pattie: tem pizza na geladeira ainda filho. –disse entrando na cozinha-
Justin: serve!
Savannah foi até a geladeira, pegou a caixa da pizza e pegou um prato, colocou um pedaço enorme lá, e depois colocou no microondas.
Justin: eu podia comer fria mesmo!
Savannah: pizza fria faz mal!
Pattie: isso mesmo Savannah, cuida do seu amor! –risos-
Savannah: m-meu amor?
Pattie: o Justin... voces terminaram?
Savannah me encarou e depois sorriu.
Savannah: claro que não, ainda estamos juntos! Não é Justin?
As duas me encararam e Savannah veio até mim e ‘‘se encaixou’’ no meio das minhas pernas.
Justin: é, claro, ainda estamos juntos...
Pattie: eu sabia que mais cedo ou mais tarde vocês iam namorar, voces são lindos juntos! Voces tem aquela... como os adolescentes dizem mesmo?... aquela química!
Rolei os olhos, ótimo mais uma dizendo isso.
Pattie: você já escolheu o seu vestido pro baile do Justin, Savannah?
Savannah: ainda não...
Justin: como você sabe que vamos juntos?
Pattie: bom, voces são um casal, então com certeza iriam juntos, não é?
Assentimos juntos. Ouvimos o microondas apitar e Savannah foi pegar a pizza pra mim.
Pattie: amanha eu vou ter uma folga no trabalho, se você quiser a gente pode ir ver o seu vestido –sorriu-
Savannah: eu adoraria! –sorriu também-
Justin: mas quem vai comigo ver o meu smoking?
Pattie: você já é bem grandinho Justin, pode ir sozinho
Savannah soltou uma gargalhada, e me olhou.
[...]
Depois que eu comi, Savannah foi pra casa e eu voltei pro quarto. Dormi igual uma pedra, e acordei na hora do almoço no outro dia. Era domingo. Tomei um banho, e depois desci até a cozinha, tinha um prato de macarrão e um bilhete da minha mãe.
‘‘Fui até o shopping com Savannah, fomos escolher o vestido dela, depois volto para casa. Beijos mamãe.’’
Almocei e me troquei, por mais que eu não tivesse paciência pra isso eu tinha que ir atrás de um smoking.
[...]
Cheguei no shopping e pensei onde seriam as lojas de vestidos, e onde eu poderia ver o smoking, subi para o 2° andar e pensei em ficar por lá mesmo. Andei, andei e andei, mas não achei nada. Estava passando por um dos corredores e achei uma loja para festas. Entrei e expliquei para vendedora que eu queria um smoking pro baile da escola. Ela disse que iria pegar os modelos no estoque.
Senti alguém me cutucando pelas costas. Virei rápido e vi Jasmine.
Justin: Jas! Oi! –a abracei e beijei sua bochecha-
Jasmine: -risos- Oi Justin! O que ta fazendo aqui?
Justin: a mesma coisa que você. Escolhendo minha roupa pro baile. –risos-
Jasmine: a Savannah não veio te ajudar?
Justin: ela saiu com a minha mãe, então sobrou pra mim –fiz uma careta- como sabe que vou com ela?
Jasmine: a cidade inteira já sabe -risos- eu posso te ajudar!
Justin: ah valeu –sorri-
Fomos até o provador e enquanto ela provava os vestidos, eu provava os smokings.
Justin: com quem você vai no baile?
Jasmine: com o Matt, conhece?
Justin: acho que sim, ele é um dos nerds não é?
Jasmine: ah não chama ele assim...
Justin: desculpa –risos-
Jasmine: eu gostei desse smoking –disse me rondando-
Justin: é, eu também gostei.
Jasmine: agora me ajuda a escolher o vestido –risos-
Concordei e me sentei enquanto ela provava os outros vestidos. Eu confiava em Jasmine, ela era como minha irmã, sempre estava do meu lado e nunca tentou me tarar... pensei em conversar serio com ela.
Justin: Jas?
Jasmine: eu!
Justin: posso conversar com você?
Jasmine: já estávamos conversando ué –risos-
Justin: -risos- não... to falando serio...
Jasmine: o que ta acontecendo Justin?
Justin: é sobre a Savannah...
Jasmine: pode me contar Jus
Contei pra ela tudo o que já senti com a Savannah, os nossos beijos diferentes, e o nosso trato. Contei exatamente tudo.
Jasmine: JUSTIN!
Justin: o que??!
Jasmine: VOCE TA APAIXONADO.
Justin: não...
Jasmine: sim, você ta!
Justin: não quero!
Jasmine: não da pra escolher, simplesmente acontece...
Justin: Eu vou ser um daqueles que sofre por causa da pessoa que não ama de volta?
Jasmine: as vezes ela ta ama de volta, só tem que contar pra ela e...
Justin: não vou contar nunca! Pra ninguém!
Jasmine: não precisa ter vergonha Justin
Justin: eu to apaixonado... pela minha melhor amiga... a menina mais desejada da cidade...
Jasmine escolheu um vestido vermelho longo, nós pagamos as roupas e fomos embora, passamos no starbucks e depois fomos embora, eu deixei ela em sua casa e depois fui pra minha.
Da pra acreditar? Eu. Justin Bieber. Apaixonado? E pela Savannah?!
~Continua!~

Nenhum comentário:

Postar um comentário